Descrição

Sobre segundas-feiras

- Pobre daquele que inventou que segunda-feira era dia útil...
- Pobre daquele que acreditou, isso sim!
E as amigas sabiam que isso era verdade. Não importa o quanto o final de semana tenha sido emocionante e memorável, ou mesmo se não tiver acontecido absolutamente nada, segunda-feira é sempre segunda-feira.
O motorista do ônibus acha que todos os passageiros merecem estar tão empolgados quanto ele com uma retrô final dos anos 90 tocando a Macarena e uma seleção especial da época em que a gente ainda tinha pôster na parede... O que na verdade nem faz tanto tempo, pera lá! Não somos tão velhas assim.
Mas retornando ao assunto, o engarrafamento típico de quem não quis acordar e terminou perdendo a hora acontece porque é segunda-feira. A mágica de abrir os olhos que só uma bela dose de cafeína sabe fazer demora muito mais pra acontecer, se é que acontece, porque é segunda-feira. A cama é mais quente, o chuveiro é mais frio, o despertador mais irritante e o cabelo é mais feio.
Enfim, tudo acontece porque é segunda-feira.
É aquele dia em que a gente não dá bom dia (não que sejamos pessoas antipáticas, é que não sai mesmo...). É aquele dia em que a gente só começa a conversar alguma coisa depois do almoço ou lá pelas 3 da tarde, quando o segundo ou terceiro cafezinho começa a fazer algum efeito. Aí já dá pra colher algumas notícias do final de semana ou tentar se livrar daquela maldita ressaca que vai te lembrar por um certo tempo que você não devia ter exagerado tanto no sábado. Mesmo que até a próxima sexta-feira você já tenha se esquecido disso.
- Ai, não seja chata! Vai que ele botou a música porque tava tão de segunda-feira quanto você e precisava animar o dia...
- Sim, pode até ser, mas às minhas custas? Tipo, eu gosto da Macarena, mas...
- E qual era o problema então?! Não é todo mundo que suporta um heavy metal às 8 da manhã... Ai, e essa dor de cabeça...
- Vai, bebe mesmo! Vou colocar a Macarena pra você, que tal?!
E elas terminaram reconhecendo que toda a falta de humor e dor de cabeça deveria ser sono. Mas sono de quê se ela não havia feito outra coisa no final de semana senão dormir? Com certeza era o “efeito segunda” sobre a cabeça, os ombros e todo o resto do corpo da amiga que doía como se ela tivesse corrido quilômetros.
Mas elas ainda tentavam encontrar algumas compensações. Um feriado em uma segundona, por exemplo, chega a ser muito mais valioso do que 4 dias seguidos só pelo prazer de parar em um domingo a noite sem ter o anúncio prévio do Faustão de que amanhã o despertador vai tocar pra começar tudo outra vez. Fora a chance de descobrir uma semana mais curta logo no começo dela. É fantástico! Apesar de não ser capaz de eliminar a segunda-feira...
Pra compensar isso podíamos entender então que esta segunda-feira te deixa mais longe da próxima segunda-feira? E se a gente pensar bem, se toda segunda-feira fosse final de semana, aí o grande problema passaria a ser a terça, e no final das contas daria tudo na mesma, não?!
É... Não tem jeito mesmo...
Nada disso resolve o fato de ser segunda-feira... Segunda-feira... Segunda-feia! E mais todas as piadinhas e comentários de segunda linha que é possível imaginar. O dia útil mais inútil de toda a semana. E como a tendência a rejeitá-lo de nossas vidas é quase um exercício necessário à sobrevivência, nos rendemos à célebre filosofia do Garfield:
- I hate Mondays...
Era tudo o que ela conseguia dizer com uma voz rouca e arrastada.
Mas era segunda... E ela realmente não precisava dizer mais nada...

Créditos da imagem: garfield.com

Sobre lados masculinos

Diz a lenda que toda história tem 2 lados. Que tudo na vida, ou quase, tem uma segunda versão; fora as facas de 2 gumes, ying e yang, luz e sombra, etc, etc, etc...

Partindo desse princípio, pessoas também têm 2 lados e não, isso não é um post sobre bipolaridade. Sabe aquele lance de lado feminino e masculino? Que ambos coabitam em todos os indivíduos? Bem, isso é uma verdade! E nem é uma questão de confusão ou troca de gêneros. É mais aquele pontinho de equilíbrio necessário pra compreender, ou pelo menos aceitar, o outro lado da coisa. Mas como isso não é nem de longe uma análise psicológica ou um artigo médico, esse ponto de vista já é suficiente pra que esse texto comece a fazer algum sentido.

Faz tempo que Pepeu canta que ser um homem feminino não fere o lado masculino de ninguém. A partir daí podemos concluir que, embora não admitam nem sob tortura, todos os masculinos têm o seu lado feminino. Aquele que chora (pois é, e como!), que também espera o telefone tocar (ao invés disso por que simplesmente não ligam, não é?!), e que gasta um tempo considerável na frente do espelho brigando com um fio de cabelo fora do lugar (e lá se vão quilos de gel fixação 200). Sendo assim, nós também temos um lado masculino. Ah, temos sim. E personalidade suficiente pra aceitar isso sem perder nenhum tracinho da postura de diva.

Não estamos falando daquele momento cansei de ser sexy em que você decide que vai ser um urso polar, queimar depiladores, matar esteticistas e manter aquela "barriguinha sem culpa”. Neste caso, o lado masculino é aquele que transforma uma romântica incorrigível no pedreiro Moacyr, especialista nas melhores gambiarras; que faz uma menininha de dedos finos e voz delicada voar por cima de três camas e derrubar duas divas maiores que ela só por causa de um livro de cartuns; e também é responsável por fazer uma futura mamãe encarnar um caminhoneiro “quebra-tudo” com apelido terminado em “ão”.

E cada um desses lados masculinos era assumidíssimo e muito bem resolvido, com nome e sobrenome! O que, convenhamos, é uma boa forma de encarar certas reações, porque jamais em sua vida de diva você seria capaz de socar o nariz de alguém com tanta classe ou fazer suco de laranja no processador e achar que é uma coisa normal... Aliás, triturar laranjas num processador manual num dia de gripe é algo que só o seu lado masculino consegue fazer...

- Nossa, você hoje ta tão chata quanto o Theo...

Theo fazia parte da amiga da saúde, um lado masculino muito chato e exigente... Também, o que esperar de um designer de ambientes? Um afetado e afeminado designer de ambientes... Mas ainda assim um lado masculino...

- Eu só disse que quero mexer no trabalho, não gostei dessa peça onde ela está; o que tem de errado nisso? Ela não pode ficar mais 2 dedos pra direita? E eu não posso, não devo e não quero tirar menos de 10 nesse seminário.

- Tudo bem, Theo. A gente entende...

Ouve-se um barulho.

- O que você ta fazendo?

- Tentando grudar o quadro na parede de novo, ué! - Era o lado pedreiro da RP falando mais alto...

- E pra colocar o quadro no lugar precisa quebrar a parede?

- Desculpem! É que to meio chateada hoje, meu All Star está soltando inteiro e não terminei nem de pagar, então...

- Então ela decidiu derrubar a casa...

- Ok, Caco. E vai dizer que você não apronta das suas?

Caco era baterista. Irônico e autêntico, tinha crises de agressividade e raiva comprimida, e aparecia toda vez que a PP andava tentando disfarçar alguma coisa... E tudo isso porque, a princípio, ela jurava que seu lado masculino era absolutamente gay e que se chamava Ney! Até o dia em que Caco surgiu, naquele episódio do livro de cartuns. A junção dos dois (Caconey) é o lado masculino que acompanha a comunicadora até hoje.

Com o tempo, outras amigas também foram descobrindo seus lados masculinos. E assim surgiram o Du, engenheiro sempre preocupado com os estudos e que sabia calcular e dividir igualmente o valor da pizza, o João do Caminhão, vulgo Janjão (aquele do começo do texto), que a essa altura já é mamãe oficialmente faz tempo, e o Manoel, o português da padaria que adora brigadeiro, e como bom lado masculino surge na hora exata pra abrir garrafas de vinho, e por aí vai...

E o que unia esses lados masculinos tão diferentes era o chamado “princípio do boteco”. Isso mesmo, o boteco. Aquele lugar onde você racha a conta, abraça um desconhecido sem problemas pra comemorar o gol (porque seu lado originalmente feminino não entende nada de futebol mesmo), e onde você precisa de toda a força dos braços pra tirar as tampinhas das garrafas e enfrentar a fila pra acertar a comanda. E pra lidar com essas coisas que uma diva não faz, a gente apela pro lado masculino. Afinal de contas, nós somos delicadas e cheias de classe sim, e não trocamos essa escolha por nada, que fique bem claro, mas como pessoas modernas e independentes que moram fora de casa, não dá pra ficar esperando o vizinho aparecer toda vez que a gente precisar trocar a lâmpada ou abrir a tampa do vidro de azeitona, não é?!

Sobre braços

O cenário era a RP procurando companhia pra aula de dança de salão, a PP aprendendo a conciliar presença em 2 corais e querendo arrumar um espacinho pra academia sem ter que vender o fígado pra pagar uma, e as 2 tentando convencer a TO de que respirar fundo e cantar o mantra era a melhor solução pro momento recém-formada da amiga. Mas no meio de todas as programações pessoais conseguiram separar um domingo a tarde pra colocar os assuntos em dia...

Panela de brigadeiro pronta e colheres à mão, a discussão da vez era pra colocar a público toda uma conversa que havia girado em torno de um braço. Ou melhor, como dizia o conto machadiano, uns braços. Todos os braços e seus abraços...
É isso. Falaremos sobre potencial de braço. E nesse caso, a questão seria, portanto: como se discute o verdadeiro potencial de um braço?

- Pela manga da camisa, é evidente. (Lógico que é. Alguém aí duvida?)
Mas a outra já achava que mais valia o potencial do abraço do que a gramatura do braço...

E assim elas chegam à conclusão de que gosto é igual a... Bom... Nariz?! Cada um tem o seu, cada um gosta de um, alguns parecem que não pertencem ao dono, ou foram colocados depois (pra entender de onde surgiu o comentário, clique aqui), e por aí vai. Mas uma coisa não se discute: um bom braço é sempre um bom braço!

- Lembra daquele seu amigo?
- Meu amigo?
- Sim. Um exemplo de braço!
- É? (Ela pára pra se lembrar melhor) É... Mas sabe que o outro abraça bem melhor?
- Aí já não sei...
- Ah, mas eu sei! E mesmo que o outro exemplo seja mais alto e com um potencial braçal maior, a um dado ponto sinto falta de uma certa... Proporção... Prefiro um segundo perfil de observação, que até perde em altura, mas é o que abraça melhor e num geral é hm... Mais legal de ver!

Risos à parte, elas se lembraram da festa de formatura da PP. (Quanto tempo faz? Não importa, a questão é a cena em si...) Muitas pessoas, banda no palco, mesas por toda a parte, balcão de drinks no fundo do salão.
- Pinga ou vodka?
- Ai, que braço...
- Como?
Decidem-se. Carambola com vodka, muito gelo e canudinhos coloridos! E moço, chacoalha bastante a coqueteleira, por favor. A gente vai ficar observando.

Sobre a lista do Pedrão


Você com certeza já ouviu falar do Pedrão. E, alguma vez na vida, já entrou na lista dele. Ah, e você sabe que isso é verdade.


Mas antes de qualquer coisa, calma. Vamos deixar bem claro que Pedrão não é nenhum tipo de serial killer, matador de aluguel e nem um mafioso cobrador de dívidas. O que não quer dizer que ele não possa te machucar de vez em quando...


De um modo geral, Pedrão é mais conhecido como um senhor pacífico, de barba branca e olhar bondoso, e a maior parte das pessoas o conhece pelo prenome de São. A crença principal é de que Pedrão é responsável por aquele sol fantástico que bronzeia as areias da praia, pela brisa fresquinha nas noites em que você acha que vai morrer se não tiver 3 pares de ventiladores girando ao seu redor e, pra quem gosta de temperaturas mais baixas, é só pedir pro Pedrão que, se ele não estiver muito ocupado com a lista gigante de pedidos climáticos, vai atender ao seu pedido e de repente até neva pra você ter o tão sonhado boneco de neve no jardim!


Os povos indígenas costumam chamá-lo de Tupã, enquanto os gregos acreditavam que na verdade tudo era culpa de Poseidôn, que era conhecido pelos romanos como Netuno. O que não interessa muito, porque neste caso vamos nos ater a São Pedro mesmo, que opera todas as alterações climáticas dependendo – dizem – do seu estado de humor. E se o Pedrão estiver mal-humorado, então sai de baixo porque a ira vem de cima! Literalmente. E que venha vento, venha chuva, venha raio, e se a revolta tiver muito grande e ele achar que você realmente merece um castigo da natureza à altura, desce granizo! É quando você descobre que há mais justificativas no mundo do que simplesmente “são as águas de março” ou porque “setembro chove”...


E como você sabe que ele te colocou na lista? Ah, pra isso basta um pouquinho de observação...


- Uhu! Hoje Pedrão me botou na lista!


- Como é que é? – perguntou ela que na época ainda atribuía seus problemas com as intempéries do tempo às leis de Murphy.


- É... São Pedro...


- Ah...


- E o que foi que você fez pra ele?


- Ah, devo ter pedido sol no meio do inverno... Reclamado do vento... Sei lá! Só sei que peguei uma baita chuva, sem guarda-chuva, sem capinha, a rua do meu trabalho alaga e um carro... Jogou água em mim... - Finalizou a amiga, com voz de choro.


E é assim que o Pedrão faz. Um belo dia, sem qualquer explicação ele te escolhe, te marca, prepara o céu e te molha. Simples assim. E quando você está na lista do Pedrão, nunca vai ter nem uma sombrinha, nem uma folha de jornal, nem um mísero toldo pra cobrir a sua cabeça. E se houver uma árvore, fuja, porque com certeza a chuva vem com raios e trovões, porque você está na lista do Pedrão e não há como fugir dela. É nesses momentos que aquela frase clássica que diz que quem ta na chuva ta pra se molhar começa a fazer muito sentido. Mais literalmente do que você gostaria.


Mas não se preocupe. Isso não significa que você vá precisar andar eternamente com um kit-sobrevivência pra dias de chuva ou abrir mão de roupas brancas, sandálias de couro ou tênis de tecido com aqueles buraquinhos na lateral. Ninguém fica na lista do Pedrão pra sempre, é fato. Além disso, vale a pena confiar na previsão do tempo de vez em quando, ou ao menos nos 70% de probabilidade de acerto; o que é bastante coisa se analisarmos a capacidade da natureza de ser imprevisível...


- Por que, Pedrão? Por quê?


- Ih... Mais uma que entrou pra lista...


- Ah, mas não é justo! Não fiz nada que ofendesse... Não que eu me lembre...


- Não esquenta... Pode ser que não seja pessoal...


- Mas calma aí, a gente não chegou à conclusão que se você definitivamente não consegue fugir da chuva significa que já ta na lista?


- Verdade. Se eu não to na lista me dê um motivo muitíssimo convincente pra eu estar encharcada desse jeito.


- Bom... Podia ser que ele estivesse só...


- Só o quê? – as outras 2 já impacientes.

- Lavando a casa!

Sobre festas de formatura

Enfim formadas! Agora todas as integrantes do Dialetos são graduadas e diplomadas oficialmente! E aí vem a pergunta: o que isso tem de importante?

Ora bolas... Tudo! Em tese, a formatura da faculdade é a última de todas as outras, e depois dela você passa à condição de convidada (o) e... E fim.

Essa história toda, na verdade, começa lá pelos 6 anos de idade: a formatura da pré-escola! Você e os amiguinhos de bochechas fofas; a coleção de sorrisos sem dente mais bonitinha do país tentando cantar o hino nacional.

Em alguns lugares, ainda tem a formatura de 4ª série, senão só na 8ª mesmo (Agora é 9º ano, né?! Mas a gente não é desse tempo mesmo...).

Aí vem a formatura do colegial – vulgo ensino médio ou 3º ano – com aquela cara de pré-vestibular e a gente começando a achar que ta virando gente grande e, por fim, a formatura da faculdade!

Porque formatura sempre tem toda uma decoração, toda uma iluminação, e todo um bar que fica ali à disposição cheio de copinhos e canudinhos e coqueteleiras e chacoalhadores de coqueteleiras e oh, meu Deus! Ah, sim e toda uma performance da banda também, com a gente tentando adivinhar se o hit de abertura vai ser A Bela e a Fera, O Fantasma da Ópera ou O Último Tango em Paris, e achando uma coisa muitíssimo divertida aquele músico ali com terno de mafioso e chapéu...

É o momento de despirocar geral, colocar as marubas colossalmente coloridas, os óculos de coração, anteninhas com pompons na ponta, pulseirinhas de neon e sair dançando até o chão! Não que como pessoa convidada você não vá fazer isso, mas é diferente...

Mas antes de chegar até aí, visualmente falando, existe toooooda uma preparação que vai fazer a diferença nas suas fotos (Ao menos do ponto de vista feminino. Sim, a gente se preocupa pra caramba com isso.):

1. “O” vestido: porque é claro que não pode ser qualquer um, principalmente pras formandas (só a escolha do vestido já dá um post inteiro!);

2. o sapato: mega saltos e muuuita classe pra andar em cima deles e pra descer depois que a valsa passar! Porque diva que é diva mantém a classe até na hora de virar abóbora;

3. o cabelo: liso, com cachinhos, de presilha, em trança, em coque, em n jeitos e pelamordedeus não me vá S. Pedro inventar que vai chover, ok?!;

4. o make-up: sombra, blush, brilhinhos mil, e como raios esse par de olheiras veio parar no meu rosto e por que meu corretivo não quer sumir com elas?

E depois de muitas idas e vindas na frente do espelho e a caixinha de acessórios vazia em cima da cama até que a gente entenda porque aquele bracelete não casa com o modelo do vestido e porque seu penteado pode matar o design do seu brinco, estamos prontíssimas! Enquanto a maior dificuldade de nossos pais, tios, primos, amigos e etc. é aprender o que fazer com o nó da gravata e o gel de cabelo...

Mas voltando à festa, é nessas horas que você aprende que Bomba / Pra balançar isso aqui é bomba / Pra remexer isso aqui é bomba / E uma mão vai na cabeça / Uma mão vai na cabeça / E joga a mão pra cima que vai começar o rebolation-tion, o rebolation-tion, e que cantar que Dale a tu cuerpo alegria, Macarena já é cantar um hit tão clássico quanto a esperada seleção de músicas dos anos 60! Ou seria 70? Ah, no final das contas a coreografia termina virando a mesma, não é?! Eeeeee Macarena! Aaai!

- Eu só dispensaria a valsa...

- Como assim? Formatura tem que ter valsa!

- Ah, não gosto e pronto, ué. Por mim o mundo dançava tango!

- Eu não tive formatura na faculdade... E, aff, não tinha pensado que mestrado não tem formatura. Que triste... Mas pra compensar tive em todos os outros anos, e a do ensino médio foi a mais sensacional!

- Ah, eu tive a da faculdade... E com direito à mãe do amigo tentando assaltar as pedras do meu vestido... Aliás, vocês lembram disso. Vocês tavam lá!

- Né?!

- Bom, eu não tive formatura de 4ª, 8ª ou 3º ano... A da faculdade tinha que ter, com direito a tudo, e tinha que ser perfeita! Inesquecível! Inesquecível em todos os sentidos...

- Ah, formatura é a festa que mais amo! E meu, daqui a pouco eu tenho 30 e já num vou curtir do mesmo jeito... Então vamos bebemorar esses momentos sozinhas, com os amigos, amigos de amigos, e por aí vai!

Sim, porque formaturas tendem a ser memoráveis... Porque o seu vestido que era a cópia do da Julia Roberts ganha um destino igual ao do filme na véspera do baile (já assistiram O Casamento do Meu Melhor Amigo? Pois é...), porque o seu cabeleireiro te abandona 4 dias antes da festa, porque o carro quebra, porque você não come e não dorme por no mínimo uma semana, porque você não consegue trazer todos os seus 157 convidados – quem mandou sair pra estudar em outra cidade, né?!

E memoráveis porque nos saldos finais elas são fantásticas mesmo e sem mais comentários!

Ah, e não use esse momento pra apresentar seus amigos à sua família. O povo fica meio alterado, sabe?! Fica a dica.

Sobre casamentos – parte II: sobre aquele sim e o que vem depois

- Para tudo! O mundo ta casando!

- Eu sei. E ta grávido também...

Como assim? Exatamente assim:

Em um mês a PP compareceu a 2 casamentos – e não, não brigou pelo buquê em nenhum deles – e não foi convidada pra outros 2 que aconteceram mesmo assim, tem mais 1 agendado, ta ajudando a planejar um outro e ainda acompanhou à distância o noivado da prima láááá de Minas.

A TO, só na turma de faculdade, viu 3 nenéns nascerem em 4 anos, e mais 2 que tão pra chegar, fora os da cidade natal que também foram uns 5, mais um saldo de 2 chás de cozinha e alguns noivados.

E a RP anda numa ligeira crise porque andou recebendo alguns convites que agora chegam no seu nome, e não mais naquela parte que diz “e família”... Explicando melhor, todo convite vem pro convidado principal e família – porque é “extensivo a”, né?! Mas quando você é a parte principal, quer dizer que são as pessoas que convivem com você que estão casando, e subentendendo que você vai carregar a família junto e ai meu Deus! Fora isso, foram 4 nenéns e 3 casamentos...

- Nossa, isso ta parecendo um problema de matemática...

- Deve ser a primavera, só pode...

Ou não. Dizem por aí que quando a gente chega numa idade x, tipo entre os 20 e os 30, seus amigos casam, seus pretendentes viram pais de família, suas companheiras de balada viram mamães responsáveis, você vira madrinha, dama de honra, batiza criancinhas fofas e precisa de vestidos novos, e o povo por aí começa a ficar profundamente interessado em quando será a sua vez, por onde anda o seu namorado, e como assim você tem quase 25 anos e não tem um? E é nesse momento que a gente respira fundo e pensa se realmente precisa responder a esse tipo de pergunta (Porque, veja bem, o que é que eu faço com um só, não é mesmo?!).

- Quero só ver quando a cobrança por um namorado começar... Minha avó já andou dando essas pro meu lado...

- Ih, fica sossegada RP... Lá em casa ainda ta tudo tranquilo, mas tem gente que já andou perguntando pra minha mãe quando é que eu vou começar a pensar no assunto...

Elas lembraram do dia em que haviam planejado o quase casamento da TO. (Não lembra? Clique aqui!)

- Ah, mas o moço também não colaborou, né?!

- A gente precisa mesmo lembrar disso?

- Verdade, ele não ajudou muito... Mas o assunto em pauta também não é esse. Fica tranquila TO, a gente não vai voltar nessa história agora.

Nesse meio tempo a PP até tentou apresentar um novo moço pra amiga, mas também não deu certo. Ela bem que tinha achado o cidadão bastante interessante, mas não funcionou considerando que ela era uma florzinha do campo e o ele era mais filho do Mick Jagger com o Steven Tyler do que um príncipe num cavalo branco... E depois de outro futuro casório entre dois outros amigos, que andava mais enrolado que fio de cobre, a comunicadora tava descobrindo que bancar o Hitch (aquele do Will Smith) de saia e salto alto não era tão simples assim. Mas apesar de tudo a TO continua acreditando e sonhando com o seu casamento, afinal a irmã dela ainda quer um cunhado e sobrinhos, e a PP quer afilhados!

- Mas sabem de uma coisa? Tirando o fato de ter visto uma amiga de infância dizendo aquele sim na minha frente e com a minha assinatura de testemunha, me incomoda o fato das tradições de casamento...

- O quê? (DUPLO)

- É, contaram pra minha amiga que dava sorte costurar o nome das amigas na barra do vestido. Que dava mais sorte que pegar o buquê...

- Ah, essa eu não conhecia... Até que é bonitinha...

- Bonitinha? E se ela fez isso comigo? Ai meu Deus...

- Não esqueça que você ainda é a romântica incorrigível, viu?

- É, ou melhor, se vocês leram meus pedidos de Natal, to tentando voltar a ser, ok?! Tenho um pouco de problemas com o tal do SIM.

É que não é simplesmente tal do sim. Tem todo um restante que vem embutido nele...

Sim, é normal as pessoas se casarem e terem filhos e trocarem o papel de parede da casa e a cor do sofá, e nós não temos nada contra isso, que fique bem claro, e esperamos que as uniões durem (afinal casar dá o maior trabalhão!), e que a TO realize seu sonho de noiva e que a PP ganhe os afilhados que ela ta esperando, mas essas mesmas pessoas precisam mesmo fazer isso todas de uma vez?

E aí são figurinos, lembrancinhas de chá de cozinha, listas de casamento e não sei vocês que estão lendo isso, mas a gente se assusta é com essa rapidez das coisas, sabem?! Numa hora a gente está comprando CD´s de aniversário e agora tem que pesquisar cafeteiras, jogos de panela, talheres, fraldas, chocalhinhos e por aí vai...

- E comprar o presente? Gente, que coisa difícil!

- E que coisa cara! Olha, quando eu precisar de coisas pra minha casa o esquema é casar e encaminhar a lista!

- Nossa, olha só quem ta falado em casamento...

- Mas é verdade... Agora sei por que tem gente que já ta lá pelo 14º casamento. Certeza que ta redecorando a casa...